TRABALHO
É um movimento de caráter religioso, que, em meados do século 20, passou a reconhecer o primeiro imperador negro a governar um país africano como a encarnação do messias na Terra. Apesar disso, o rastafarianismo não é considerado uma religião oficial, pois não possui igrejas, nem um clero organizado. "O movimento rastafári é uma filosofia de vida, que prega uma volta à África, às nossas origens, sempre respeitando a lei da natureza, o próximo e Deus", diz o produtor cultural Alfredo Rasta, presidente da
Associação Cultural de Reggae, em São Paulo. O movimento começou a surgir no final da década de 1920, quando o sindicalista jamaicano Marcus Garvey, baseando-se em idéias do Velho Testamento, passou a pregar que todos os negros deveriam retornar à África, a "Terra Prometida" para eles, de onde haviam sido retirados por causa da escravidão. Em 1929, quando pregava numa igreja, Garvey disse: "Olhem para a África. Quando um rei negro for coroado, a redenção estará próxima."
A afirmação foi tida como uma profecia, já que o negro Tafari Makonnen
(1892-1975) autocoroou-se imperador da Etiópia um ano depois. Antes de ascender ao poder - onde permaneceu até 1974, quando foi deposto -
Makonnen era chamado de "Príncipe Tafari", ou Ras Tafari, no idioma local.
Por isso, quem acreditava nas idéias de Garvey e via o imperador como um messias passou a ser chamado de rastafári. O próprio Makonnen ajudou a aumentar a aura sagrada em torno de si ao decidir adotar o nome Hailé
Selassié, que significava "O Poder da Santíssima Trindade". Mas, além do lado religioso, o rastafarianismo também teve importância política, lutando contra a opressão dos países colonizados. Hoje, muitos dos seus simpatizantes são vegetarianos, não bebem e defendem o uso da maconha de forma ritual, para estabelecer ligação com o mundo espiritual. As cores do movimento, verde, amarelo e vermelho, referem-se à bandeira etíope e lembram, respectivamente, a natureza, o ouro e o