As organizações criadoras do conhecimento Segundo Nonaka e Takeuchi (1998), existem diferenças básicas entre o pensamento japonês e o ocidental sobre o conhecimento. Essas diferenças residiriam no fato do pensamento ocidental ter uma compreensão estreita do que seja conhecimento, conseqüentemente, também dos meios para a sua exploração, e de não ter se desvencilhado do dualismo cartesiano impregnado no pensamento ocidental. Para os japoneses, o conhecimento vai além dos dados quantificáveis e das informações codificadas. Além disso, eles consideram que o dualismo está presente em separações tais como tácito e explícito, corpo e mente, individual e organizacional, burocracia e força-tarefa, racionalismo e empirismo, planejamento e implementação, entre outros. A proposta principal do trabalho desses autores foi formular uma nova teoria sobre o processo da criação de conhecimento no âmbito organizacional. Para isso eles investigaram três dimensões do tema: epistemológica, ontológica e temporal. Investigaram também os modos de conversão do conhecimento e as condições necessárias para a sua criação e exploração. Eles também avaliaram a interação entre as formas de organização do trabalho e o potencial para criação e difusão do conhecimento. A dimensão epistemológica estaria fundamentada na distinção entre o conhecimento tácito e o explícito. Com conhecimento tácito os autores se referiram àquele tipo de conhecimento que as pessoas, em geral, possuem, mas não conseguem sistematizá-lo nem expressá-lo de maneira clara e objetiva. Com relação ao conhecimento explícito, eles se referiram ao conhecimento que está de tal forma estruturado que se consegue expressá-lo a ponto de se formular modelos matemáticos, procedimentos e instruções, isto é, codificá-lo. Ao contrário de considerá-los inertes um ao outro, essa teoria estudou a interação entre eles e concluiu quatro modos possíveis de conversão, ilustrados na figura 1.