Trabalho
Liberalismo, Bem Estar Social, Neoliberalismo
A sociologia geral, enquanto ciência autônoma, surgiu no século XIX através das obras dos sociólogos clássicos: Émile Durkheim, Karl Marx, Max Weber, Gabriel Tarde, Alfred Schutz e Georg Simmel. Mas os efeitos das mudanças sociais sobre o Estado e a vida dos indivíduos já eram estudados por Montesquieu e Auguste Comte. Este ramo científico nasceu da necessidade de se pesquisar os fenômenos que transformaram a sociedade religiosa, tradicional e agrícola da época, em uma nova sociedade, agora de natureza laica, racional e industrial. Essas mudanças aconteceram principalmente em razão da influência do capitalismo liberal burguês. Comecemos pelo Estado Liberal, marco histórico inegável da transição entre o direito fundado na vontade do monarca, quiçá divina, e a fase de preponderância da norma fundamental, objetiva e imparcial, sobre toda a estrutura sociopolítica. Os séculos XVIII e, mormente, XIX foram períodos históricos nos quais a racionalidade científica assume o posto de "guardiã da verdade", portanto, cujos critérios de aquisição de conhecimento da realidade possuem maior apuro e rigor técnico, assegurando a qualidade da informação obtida. Por seu distanciamento quanto ao sujeito, diferente das teorias antropocentristas do início da fase moderna, a racionalidade pós-iluminista enfatiza o papel positivista da lei como requisito de validade dos atos do Estado e, também, de sua própria existência. A impessoalidade pregada como pressuposto essencial do ordenamento jurídico, no fim da Modernidade propiciou a sua sistematização sob a égide das Constituições escritas, parâmetro único de todo o sistema normativo de então. Segundo o tipo ideal weberiano, o modelo de dominação legítima racional-legal obteve êxito no século XIX devido às formas burocráticas de exercício do poder, fundadas em um corpo de regras tecnicamente elaboradas por especialistas e estabelecedoras de