trabalho
Maria Lucrécia Calandro**
O
ano 2000 marcou a retomada do crescimento da economia brasileira, impulsionada pela boa performance do setor industrial. Após dois anos de retração dos níveis de produção (-2,0% em 1998 e -0,7% em 1999), decorrente, principalmente, dos ajustes na política econômica do Governo impostos pela crise das Bolsas asiáticas, a produção industrial assumiu a liderança do processo de crescimento, com taxas de expansão acima da média da economia: o PIB cresceu à taxa de 4,5%, enquanto o produto industrial, avaliado pelo índice de produção física do IBGE, atingiu 6,5%, levando a um aumento da participação da indústria.
Esse bom desempenho não chegou a surpreender e foi anunciado nas análises conjunturais realizadas por representantes de empresas, instituições de pesquisa, entidades de classe, dentre outros. As expressivas taxas de crescimento da produção industrial resultaram do esforço de reestruturação empreendido pela grande maioria dos setores industriais no sentido de racionalizar e reorganizar os processos produtivos e, sobretudo, da retomada dos investimentos no período 1995-98, em níveis bem superiores aos observados na primeira metade dos anos 90 e, inclusive, um pouco superior aos verificados na década de 80. Esses investimentos
"(...) ocorreram com maior intensidade nos segmentos produtores de bens de consumo, tanto em bens duráveis quanto não duráveis, e nos setores de metalurgia e siderurgia. Em direção contrária, aparecem os grupos de empresas produtoras de bens intermediários e de bens de capital" (Lima, 2001, p.112).
* Este texto foi elaborado com informações obtidas até 28.06.01.
** Economista, Técnica da FEE e Professora da PUCRS.
A autora agradece aos colegas Sílvia Horst Campos e Rubens Soares de Lima pelos comentários e sugestões à versão preliminar do texto, bem como ao estagiário Eduardo
Provenzano pelo apoio técnico.
O ambiente interno