Trabalho
Linha de pesquisa: Literatura, cultura e formação humana
Guarapuava, novembro de 2007
Problematização e justificativa
Há na sociedade contemporânea uma situação de desencanto diante da leitura literária. De fato, uma ampla parcela da população não tem acesso à cultura letrada ou porque não possui renda para tanto e/ou porque não possui herança cultural, vivendo em comunidades que já não dão valor à "alta" cultura, tida como elitizada.
Nesse contexto avulta a importância da educação, a qual pode democratizar o acesso às artes e ao conhecimento, rompendo, dessa forma, com o estado de alienação a que boa parte das pessoas estão submetidas, com interesses mais voltados para um tipo de consumo não reflexivo de bens culturais, os quais se pode caracterizar como mercadorias (como músicas de baixa qualidade estética, programas de televisão sensacionalistas, obras (para)literárias calcadas em clichês etc.).
No ambiente escolar, o problema da leitura também está relacionado ao seu isolamento, revelando um afastamento em relação às vidas dos sujeitos, não só dentro da disciplina de língua portuguesa, na qual a leitura se encontra desvinculada de forma autêntica da produção de texto e da análise lingüística, mas também das outras artes, o que poderia acontecer de modo a oportunizar, por meio de expressões estéticas, a vivência de emoções, anseios, idéias, aprimorando o desenvolvimento da sensibilidade dos envolvidos, os quais poderiam, dessa forma, criar um conceito de arte não como luxo de elites, mas como direito de todos.
Na maioria das vezes, a escola disciplinariza a leitura literária, desviando-a das expectativas e necessidades dos educandos, que acabam fazendo uma leitura superficial e ingênua do texto literário (quando isso ocorre), sem fazer uma interação efetiva com o texto literário, necessária para a produção de sentidos significativos.
O próprio papel do Estado em relação à educação precisa ser questionado, pois em muitos