Trabalho
Não somos máquinas fotográficas, nem gravadores. Não absorvemos com os nossos olhos exactamente aquilo que está "ali". Respondemos constantemente a pistas que têm significado para nós; vemos aquilo que queremos ou necessitamos ver para nos defendermos ou prosseguirmos com os nossos objectivos.
Da mesma forma, não vemos as pessoas como elas são, vê-mo-las pelo que elas significam para nós. Se considerarmos o modo como compreendemos o mundo em que vivemos e, particularmente, os aspectos que têm a ver connosco e com as nossas relações com outras pessoas, podemos constatar que: * Organizamos o mundo de acordo com conceitos ou categorias (por exemplo, dizemos que uma coisa é fria ou quente, boa ou má, simples ou complexa,etc.). Cada um destes conceitos pode ser considerado uma dimensão ao logo da qual nós podemos colocar os acontecimentos do mundo, alguns mais próximos de um dos extremos, outros do outro.
De facto, sempre que consideramos as nossas próprias qualidades, as outras pessoas ou os acontecimentos do mundo inanimado, temos de recorrer a estes conceitos. Estamos dependentes, para a compreensão do mundo, dos conceitos e categorias de que dispomos para organizar as nossas experiências. Se nos faltar um conceito para definir algo que ocorre no mundo, temos de inventar um ou não podemos responder ao acontecimento de um modo organizado. Como é que, por exemplo, uma pessoa explica o seu próprio comportamento e o dos outros sem os conceitos de amor e ódio? Pensem como o comportamento pareceria confuso ou se tornaria mesmo imperceptível para a pessoa que não dispusesse desta dimensão.
Cada um de nós desenvolveu o seu próprio conjunto de conceitos que utiliza para interpretar o comportamento dos outros. Estas preferências de conceitos estão, na maior parte das vezes relacionadas com a nossa motivação.
Os conceitos não existem isoladamente; estão interligados através de uma rede de relações. Os que utilizamos para compreender uma