Trabalho
Cada indivíduo é a medida de todas as coisas mas essa medida se torna muito fraca se não for compartilhada com os outros indivíduos. A mesma coisa acontece com o discurso. O discurso não compartilhado constitui o discurso fraco. Por outro lado um discurso pessoal que encontra a adesão de outros discursos pessoais reforça-se e torna-se um discurso forte. A teoria do discurso forte de Protágoras tem relação com a prática política da democracia ateniense, existindo vários indícios que apontam para isso. O primeiro deles era o que Protágoras dizia, segundo Platão, acerca do Bem. Para ele o Bem não podia existir só e único, mas sim com facetas, disperso, multicolor.
(O bem poderia ser encontrado somente em varias facetas e em varias formas)
Um outro indício remete ao fato de Protágoras dizer que a lei da cidade se aplica a todos, tanto aos que mandam como aos apenas que obedecem. O terceiro indício está presente no mito de Epimeteu e de Prometeu. Protágoras dizia que, Hermes, por conselho de Zeus, havia distribuído entre todos os homens a virtude política, cujas as competências eram a justiça e o respeito. Como tal nas cidades democráticas, para os problemas técnicos apenas se admitia a opinião dos especialistas, para os problemas democráticos todo o homem se podia pronunciar. O que constitui mais uma das características da democracia.
Se cada um é capaz de possuir a virtude política, isso significa que na cidade se pode constituir um discurso unânime ou, pelo menos, maioritário, que constitui o discurso forte. O discurso forte tem como fundamento a experiência política. Esta experiência é a da democracia, na qual não se pesam as vozes, contam-se. Portanto, a constituição do discurso forte é uma tarefa essencialmente coletiva.
(Não se pesar as vozes da indicação de que não se pesa a voz de quem está falando. Não leva em conta o autor do discurso, nem seu poderio econômico nem sua classe social. Ele é apenas mais uma voz,