Trabalho sobre o filme: “Eu sou o senhor do castelo”
1) Porque o filme se chama “Eu sou o senhor do castelo”?
O filme se chama “Eu sou o senhor do castelo”, pois representa o posicionamento de Thomas como falo imaginário. Dessa forma, ele ocupa o lugar de idealizações dos pais, onde ocorre uma identificação completa. Freud (1914) pontua que o filho nasce para suprir o desejo dos pais “sua majestade o bebê”, eles buscam com o filho reviverem seu narcisismo perdido na infância, onde os mesmos eram o seu ego ideal. Esta é uma relação simbiótica onde não existe falta, Thomas se aloja na parte faltosa do desejo insatisfeito do Outro materno, colocando-se no lugar de falo da mãe. Com isso, Thomas evita o ato castrador, que vem a ser executado pelo pai, usando de alguns recursos como o desmaio. (NASIO, 1989).
2) Descreva a relação de Charles e Thomas.
Charles e Thomas estabeleciam uma relação de identificação especular, ou seja, um atribuía ao outro as suas próprias características e tomava pra si as características do outro. Freud (1925) caracteriza a identificação como a forma mais primitiva de laço emocional, com isso a introjeção no ego, do objeto identificado. Sendo assim, a identificação esforça-se por moldar o ego da própria pessoa segundo aquele que foi tomado como modelo.
3) Por que a relação dos dois (Charles e Thomas) é mortífera e agressiva?
A relação dos meninos caracteriza-se como mortífera e agressiva, pois na relação de identificação narcísica imaginária um se perde no outro, a relação entre ambos não é mediada pelo simbólico. Portanto, para existir, é necessária a destruição do outro, pois eles se vêem alienados um no outro, sendo este uma extensão do seu corpo. Sendo a partir da relação com o outro que a pessoa se vivencia e se orienta. Podemos pensar a respeito da relação dos meninos, a partir da teorização de Lacan sobre o estádio do espelho (1998), no primeiro momento do estádio a criança confunde os reflexos de si com os outros,