Trabalho sobre livros
Leandro Karnal
Doutor em História Social pela USP
Professor de História do Departamento de História da UNICAMP
A sabedoria do mais influente legislador do Ocidente, Moisés, sintetizou uma concepção de mundo em Dez Mandamentos. Como bom educador, o ex-príncipe do Egito, sabia que longos códigos são de difícil acesso. Como escritor inspirado, ele sabia que a forma Dez Mandamentos produziria um efeito extraordinário, como a história demonstrou.
Curioso notar que constituições muito breves, como a norte-americana, passam dos dois séculos e constituições prolixas, como todas as brasileiras caducam em prazos muito curtos.
Inspirado nesse exemplo, elaboramos os Dez Mandamentos do Professor. Estes dez mandamentos são fruto de uma experiência particular e não se pretendem nem válidos em qualquer ocasião. Pretendo apenas fornecer a colegas, como você, leitor, uma reflexão particular, que possa ser aprofundada, reinterpretada ou rejeitada de acordo com a sua experiência. O que me levou a pensar nesses princípios é a mesma angústia que assola qualquer educador: Como ser um bom profissional, ensinar, transformar meu aluno e fazer parte dessa transformação? Como superar o tédio dos meus alunos, a indisciplina, a irrelevância de algumas coisas que faço e meu próprio cansaço? Como não considerar a sala um fardo e o relógio um inimigo? Como parar de achar que só vivo a partir do fim de semana? A partir desses questionamentos, você está permanentemente convidado a adensar ou criticar, fazer seus outros Dez Mandamentos ou sintetizar a dois ou três, pois quem acha que pode melhorar a aula que dá já começou a EDUCAR.
Primeiro Mandamento
Cortar o Programa! Planejar a partir de objetivos.
Quase todas as disciplinas foram perdendo aulas ao longo das décadas anteriores.
Não obstante, os programas nem sempre acompanharam esses cortes. Pergunte-se: isso é realmente importante? Este