Trabalho primeira guerra
Na visão do historiador Hobsbawn, na obra A Era dos Impérios, o colapso dos impérios e nações-Estado ocidentais proporcionaram as condições necessárias para as revoluções de 1910 – 1914 e o cenário para a Guerra Mundial na Europa.
O autor afirma que a possibilidade de uma guerra era prevista, citando Engels e Nietzsche, que em 1880 já analisavam as probabilidades da mesma. Porém, Hobsbawn insiste que a deflagração da mesma não era realmente esperada.
De acordo com Karl Polanyi, no livro As grandes transformações – as origens da nossa época, as origens centrais da 1ª guerra mundial repousaram na tentativa utópica do liberalismo de estabelecer um mercado auto regulável, que apenas elevou a competição pela busca de mercados entre os Estados e consequentemente à guerra.
Por mais que existissem quatro instituições que sedimentavam a civilização do século XIX - sistema de equilíbrio de poder, organização da economia mundial pelo padrão do ouro, mercado auto regulável e estado liberal - em algum momento essa falsa paz estabelecida por instituições, que na verdade se baseavam extremamente na competição, iria desestabilizar essa calmaria entre as potências.
Polanyi também associa a manutenção da paz nesse período à Haute Finance. Era uma instituição que objetivava o lucro, mas que para atingi-lo precisava desse período de paz e do bom convívio dos governos. Buscava a cooperação de bancos, de finanças e de capitais nacionais, influenciando sempre a potências européias a um convívio pacifico.
O maior perigo que ameaçava os capitalistas da Europa, porém, não era o fracasso tecnológico ou financeiro e sim a guerra - não uma guerra entre pequenos países (que podia ser facilmente circunscrita), nem a guerra de uma Grande Potência contra um pequeno país (uma ocorrência bastante comum, e freqüentemente conveniente) mas uma guerra generalizada entre as próprias Grandes Potências. (POLANYI, 2000, p. 35)
Eric Hobsbawn faz ainda uma