TRABALHO pORTUARIO nr 29
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Cerca de 300 trabalhadores portuários avulsos - que prestam serviços de forma eventual, sem vínculo empregatício, para várias operadoras portuárias - foram alvo de uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg). O objetivo do estudo, realizado no porto do Rio Grande (RS), era identificar a percepção desses indivíduos sobre os riscos à saúde presentes em sua atividade profissional. Mais de 93% dos entrevistados responderam que havia riscos à saúde em seu ambiente de trabalho. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição de junho na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico científico da Fiocruz.De acordo com a doutoranda Jorgana Fernanda de Souza Soares e co-autores, existem poucas publicações científicas dedicadas aos riscos e acidentes ocupacionais que atingem trabalhadores portuários. Por isso, os pesquisadores destacam a necessidade de estudos focados nesses trabalhadores e em suas percepções, como forma de identificar riscos e preveni-los. "Justifica-se a busca por posicionar os trabalhadores como importantes no processo de identificação dos riscos porque são eles que os vivenciam em seu cotidiano de trabalho e que vêem em seus corpos a materialização dos riscos, seja devido ao acidente de trabalho típico ou à doença ocupacional", dizem no artigo.
Todos os trabalhadores portuários entrevistados eram do sexo masculino e quase metade atuava no setor há, pelo menos, 20 anos. Cerca de 40% recebiam de dois a quatro salários-mínimos e mais de 35% não tinham completado o ensino fundamental. Foi solicitado aos entrevistados que atribuíssem uma nota de zero a dez a uma série de itens relacionados ao ambiente de trabalho, onde zero representava a ausência de risco e dez significava risco máximo.
Os 21 itens analisados receberam, em média, notas superiores a cinco, exceto a variável "desconforto ocasionado pelo uso dos equipamentos de proteção individual", cuja nota média foi 4,89. Os itens com pontuações mais altas e,