Trabalho planejamento 1
Seminário
Texto: “Vaqueiros e cantadores: a desafricanizada cantoria sertaneja de Luis da Câmara Cascudo” (Salatiel Ribeiro Gomes).
O artigo vem, através de uma análise crítica, mostrar a ausência da presença africana na obra: Vaqueiros e Cantadores de Luis da Câmara Cascudo, onde o autor coloca que o negro não faz parte da genética que compõe a cantoria de viola sertaneja, mencionando que a cantoria é de origem européia.
O texto está dividido em três partes: 1. Contexto histórico em que foi criada a obra; 2. Negação da presença africana e afirmação da origem européia; 3. Encontro dialógico entre Câmara Cascudo e Gilberto Freyre.
* Um sertão sem negros.
* O sertão passou a ser reconhecido pela nação entre os séculos XIX e XX, onde alguns intelectuais começaram a pensar o povo brasileiro como a imagem do homem sertanejo. * Nessa época os intelectuais possuíam uma percepção romântica de sertão, onde a omissão dos negros era importante para a formação da população sertaneja, no entanto, os quilombos no interior do nordeste é uma das provas de que o afro- brasileiro estava presente nas cantorias sertanejas. * Com o objetivo de estabelecer uma imagem romântica de sertão, Câmara Cascudo, associa- o a Idade Média Européia e aos aedos e rapsodos gregos para assim omitir os traços africanos da cultura popular ligada ao sertão nordestino. * A década de 30, em que o folclorista gerou a obra Vaqueiros e Cantadores, foi o período em que a nova configuração política pós- revolução demandava, momento em que o silêncio a questão racial era explícito, segundo Santos (2000). * A obra “Casa Grande e Senzala” (1933) de Gilberto Freyre, fala da maneira de ver as questões sociais, políticos e econômicos baseados nos fatores estruturais portugueses. * Anterior a Gilberto Freyre, Silvio Romero dizia que “incontestavelmente o português é o agente mais robusto de nossa vida espiritual”. *