Trabalho para colaborar
O Cinema Marginal, de uma maneira incisiva, durou bem menos que os “rivais” cinemanovistas enquanto movimento. Se no Cinema Novo, a figura de Glauber Rocha era um ponto de união e força motriz para a produção e exibição do filão-culto, no Cinema Marginal não houve uma articulação para que o mesmo acontecesse. Os cineastas “marginais” tinham suas características próprias e até mesmo nos pontos que os aproximavam havia um movimento para afastá-los das salas de cinema e do público. O Cinema Marginal tinha como uma de suas propostas mais comuns chocar a sociedade burguesa e tirá-las de sua zona de conforto através de uma linguagem fragmentada, uso de imagens abjetas, atração pelo horror e pelo terrorismo.
Os filmes da produtora de Rogério Sganzerla e Julio Bressane, a Belair, por exemplo, tinham acima de tudo uma liberdade de produção, linguagem, estética e temática. O filme “Cuidado Madame” já é uma afronta só pelo nome. No documentário sobre a produtora há um depoimento que destaca a questão do terrorismo existente nos filmes e da necessidade de mostrar o terror e as angústias vividas na época da ditadura. O cinema para eles pode ser entendido com uma forma de expressar o que acontecia naquele momento. “O bandido da luz vermelha”, de Rogério Sganzerla, faz uso de uma “intertextualidade lúdica ironizando o cinema hollywoodiano”, de referências do mundo urbano e da metrópole violenta, do consumo, dos