Trabalho nso canaviais
Uma das primeiras ocupações lucrativas no Brasil foi a produção canavieira. Com altos e baixos, esta atividade permeou toda a nossa história, fazendo-se presente até os dias de hoje. Assim como a produção canavieira ás relações de exploração que são a ela comuns foram um dos legados deixados ao Brasil e aos trabalhadores brasileiros. Desde a década de 70, num cenário preocupante de poluição e elevação dos preços do petróleo, a cana é revisitada como campo lucrativo de investimento. O setor vem crescendo anualmente a taxas de 8,95% de 2000 a 2005.
O ressurgimento da atividade traz consigo formas de exploração semelhante àquelas adotadas na prática colonial. A produção canavieira apenas substituí o escravo pelo trabalhador boia fria. Um cortador de cana trabalha até 18 horas por dia, durante as quais corta em média de doze a vinte toneladas de cana. O trabalhador recebe por tonelada cortada uma média de R$ 2,50 reais. Como incentivo ao aumento da produção são sorteados brindes aos campeões de produtividade. Tal situação obriga os trabalhadores a desempenharem jornadas extenuantes, tornando o trabalho uma jornada permeada por doenças e mortes.
O gigantesco esforço diário exigido no corte da cana produz uma massa de trabalhadores doentes que são vistos como peças descartáveis da moenda que produz o álcool nosso de cada dia. Entre as doenças mais comuns temos perda de potássio, cãibras, doenças respiratórias, desvio de coluna, Ler/Dort. Chegamos, enfim, ao extremo de encontrar trabalhadores, seres humanos como eu e você que está lendo este texto, literalmente morrendo de exaustão em convulsões de cãibra aguda, tecnicamente chamada de distúrbio hidreletrolítico. Esse quadro limite se torna possível graças ao uso de toda sorte de estimulantes, analgésicos que impedem o trabalhador de ceder ao cansaço e ao esgotamento físico. Como alternativa para este cenário tem sido pensada a mecanização da