trabalho junior
O ritmo do torneio do CEEDV não segue o passo acelerado típico dos profissionais do esporte. As partidas têm um tempo máximo de uma hora, guiado pelo relógio de mesa usado pelos participantes — uma partida tradicional dura cerca de 25 minutos. Dessa forma, embora a competição fosse de pequeno porte, o evento teve de ser prolongado para o período da tarde. As regras também não são as mesmas do jogo original. Os competidores têm a permissão para tocar as peças, inclusive as dos adversários, e o tabuleiro antes de fazer as jogadas.
O material usado no campeonato e nas aulas também é feito especialmente para cegos. Os tabuleiros são em alto relevo, que difere as casas pretas das brancas. As peças são encaixadas às casas por um sistema de pinos, que impede a perda do jogo quando os jogadores passam as mãos pelo tabuleiro. Para separar as peças pretas das brancas, as escuras ganham ponteiras de metal sensíveis ao toque.
Um dos destaques da competição foi a enxadrista Tatiane Elen Aparecida Marçal, 24 anos. A estudante tornou-se conhecida entre os colegas de jogo depois de vencer o campeonato nacional de xadrez feminino para deficientes visuais, no ano passado. Nas aulas de xadrez, a estudante se aproximou de seu atual marido, Alex Barros, 30 anos. O funcionário público também é um dos destaques do projeto de xadrez do CEEDV. Ele ficou em terceiro lugar num campeonato voltado para jogadores com perfeita visão.