Trabalho interdiciplinar
I
Um anjinho dourado que brilhou no céu
Tem olhos que é chama e lábios de mel
Sentou-se e disse: _Te quero também
E os Deuses sorrindo, disseram amém.
II
Criou-se o verso na boca risonha
A bela Afrodite ficou com vergonha
Da beleza que somente o anjinho tem
Eu cantava em versos te quero meu bem.
III
Os anjos não amam, mas este há-de amar
Os homens não sonham, mas hei-de sonhar
E rir-se a orquestra, na boca estala
A melodia emana, o verso não para
_Te quero, te quero, te quero meu bem
O anjinho faz eco, te quero também.
IV
Este anjo tem um encanto,
E de cabelos revoltos, és meu leãozinho;
Não esqueça nunca dos versos que canto...
Que fiz do teu olhar, doçura e carinho.
V
Quando vejo - à lua, apenas admiro,
Encravada no silêncio de uma nota musical;
De seus lábios suspiros, gemidos escuto;
Dos prazeres qual morro, tu, és de um gozo irreal.
VI
Ah, sina doida deste amor sem frutos,
Que resvala no poeta, poemas de alcova;
Dorme no leito minha pequena estrela cadente,
Que faz deste amor decadente cada vez mais ardente.
VII
Queria ser como Macário,
Renegar no peito o amor vazio,
Como um sol dourado e sem brilho vil;
Ver no rosto de minha Eva um riso de escárnio.
VIII
E mesmo que Byron conte-se seus anjos sombrios,
Não diria muito mais que divagações;
Quanto a mim, morro qual um moribundo...
Sem leito, sem alma, suspirando de paixões.
IX
Mas a vida que queimava em meu peito
Findava no sopro do silêncio eterno
Com pouco calor em meus lábios
E pouco ardor em meus versos
X
Assim também jazia uma vela acesa
Entre suspiros e murmúrios silenciava
Era em um louco a destreza
Que no peito do sábio se consagrava
XI
Pois em meu túmulo deleitavas
Em um ramo de flores reclinar
A vida e a morte embalsamadas
XII
Que para não mais tardar
Levou de meu peito um último suspiro
A vela que estava acesa,
Em meu peito se apagar.
XIII
Logo eu era um poeta morto
Na saudade das palavras
Era