Trabalho História
Sondagem feita pela Comissão de Obras Públicas (COP), da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mostra que 68% das obras de suas associadas estão em ritmo lento ou totalmente paradas. Os empreendimentos - que somam 52 obras - estão espalhados por todos os setores e variam entre restauração e pavimentação de estradas, melhorias em portos, expansão de ferrovias, construção de prédios públicos, escolas e obras de saneamento básico. Além de deixar um rastro de abandono, a paralisação provocou milhares de demissões em diversas empresas, que estão com baixo fôlego financeiro para manter obras em dia.
Além da Operação Lava Jato, que comprometeu a vida financeira de algumas construtoras, o pano de fundo para as paralisações é o ajuste fiscal do governo e sua incapacidade para tocar investimentos cruciais para a retomada econômica. A grande reclamação do setor é o atraso no pagamento de obras executadas ou simplesmente a falta de recurso para dar continuidade ao empreendimento. Mas há todo tipo de problema, como dificuldade dos governos para fazer desapropriações necessárias e conseguir as licenças ambientais.
"Não lembro de ter vivido situação semelhante nos últimos 30 anos", diz o diretor da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Carlos Eduardo L. Jorge, integrante da COP. Segundo ele, o impacto da crise econômica se acentuou numa velocidade tão grande que está deixando o setor sem rumo. Do ano passado pra cá, o segmento de construção demitiu um terço da sua força de trabalho - cerca de 700 mil trabalhadores, segundo o presidente da Apeop, Luciano Amadio. "O pior é que a previsão não é de melhora. Outras também vão parar nos próximos meses."
Na lista das 19 grandes obras que estão totalmente paradas, estão o lote 7 da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), entre Ilhéus e Barreiras, na Bahia; a ampliação e restauração da MG-155 e a ponte sobre o Rio Itaúnas, no Espírito Santo. No lote 5,