Trabalho final de Crítica da Arte
1. Roland Barthes em A morte do autor propõe o nascimento do leitor, relacione esse conceito com os Parangolés de Hélio Oiticica e os Bichos de Lygia Clark.
“Sabemos agora que um texto não é feito de uma linha de palavras, libertando um sentido único, de certo modo teológico (que seria a “mensagem” do Autor-Deus), mas um espaço de dimensões múltiplas, onde se casam e se contestam escritas variadas, nenhuma das quais é original: o texto é um tecido de citações, saídas dos mil focos da cultura ... o scriptor não tem já em si paixões, humores, sentimentos, impressões, mas sim esse imenso dicionário onde vai buscar uma escrita que não pode conhecer nenhuma paragem: a vida nunca faz mais do que imitar o livro, e esse livro não é ele próprio senão um tecido de signos, imitação perdida, infinitamente recuada.” 1
Roland Barthes fala das palavras, mas poderia estar falando da arte dos anos 60, que também já não possuem um único sentido, fazendo parte deste espaço de dimensões múltiplas como um tecido de signos. O artista é agora nada mais é do que aquele que cria, que propõe, e cabe ao expectador entender cada imagem ou obra em sua multiplicidade.
Esta multiplicidade não se reúne mais no autor e sim no expectador, que participa e que interage com a obra.
A nova postura do observador inverte a relação de valores, e em detrimento a estas valorizações do expectador, têm-se a morte do autor.
No começo da década de 60, Lygia Clark revolucionou a arte brasileira ao criar algumas das primeiras obras que possibilitaram a interação com o público. Sua série Bichos: esculturas compostas por placas de metais conectadas por dobradiças, permitia que o público as manuseasse, mudando as formas das obras. Era como se o processo criador saísse das mãos do artista e tivesse continuidade nas mãos do público. A obra era feita para ser tocada, mexida, desajustada, dobrada, exposta e claro, desgastada.
Nesta mesma visão de interatividade, Hélio