Trabalho f2j
ESCRITO POR VALÉRIA NADER E GABRIEL BRITO, DA REDAÇÃO
09-ABR-2011
O planeta voltou a se deparar com o fantasma nuclear após o terremoto seguido de tsunami que varreu principalmente o nordeste japonês, causando posteriormente a explosão e vazamento dos reatores da usina de Fukushima. O governo japonês tenta tranqüilizar o público, sempre reiterando que os níveis de radiação no ar se encontram aceitáveis, mas não há quem se satisfaça com tais explicações e durma em paz. Para falar desse tema cada vez mais polêmico em todas as discussões energéticas, o Correio da Cidadania entrevistou o mestre em Engenharia Nuclear e doutor em Energia Joaquim Francisco de Carvalho. Para o também ex-diretor industrial da Nuclen (atual Eletronuclear), Fukushima apenas revela que a indústria nuclear continua "uma caixa preta no mundo inteiro", o que se evidencia flagrantemente neste caso, pois, mesmo com o devido acompanhamento da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), não se evitaram as falhas e negligências da empresa responsável. No que se refere ao Brasil, Joaquim Francisco considera um despautério o investimento em novas usinas nucleares, uma vez que nossa matriz hidro-eólica folga em servir às necessidades de consumo interno. No entanto, o lobby nuclear, com espaço limitado nos países centrais, encontra guarida exatamente em países onde as instituições e políticos são mais vulneráveis. E num ministério aparelhado por Sarney não podemos esperar investimentos sensatos e voltados ao interesse público. A íntegra da entrevista pode ser lida a seguir. Correio da Cidadania: Como o senhor analisa o desastre nuclear de Fukushima, à luz dos fatos até agora revelados e admitidos pelo governo japonês? Joaquim Francisco de Carvalho: O desastre de Fukushima confirma o que muita gente já sabe: a indústria nuclear é uma "caixa preta" no mundo inteiro. Correio da