Trabalho Escrito Otorrino
Otite média com efusão (OME) é definida como a presença de fluido na orelha média na ausência de sinais e sintomas de infecção otológica aguda. A presença de fluido resulta na redução da mobilidade da membrana timpânica (MT), formando uma barreira na condução da onda sonora. Aproximadamente 90% das crianças apresentam um quadro de OME antes dos 4 anos de idade, tornando-se esta uma causa frequente de deficiência auditiva na infância. Apesar de seu caráter leve e transitório, geram apreensão seus potenciais efeitos sobre o desenvolvimento da linguagem e fala, qualidade de vida e sequelas psicológicas. Diversos sinônimos são utilizados com o objetivo de descrever a característica do líquido observado: otite média secretora, otite média serosa, otite média mucoide, otite média catarral, otite média crônica com efusão, otite média não supurativa. Este fluido pode ser mucoide, seroso, sanguinolento, purulento ou uma combinação dos mesmos e, por convenção, determinou-se otite média com efusão o termo que melhor engloba essas variações e uma classificação temporal determina sua duração em aguda (menos de 3 semanas), subaguda (3 semanas a 3 meses) ou crônica (mais de 3 meses).
Etiologia
A OME pode ocorrer pelo mau funcionamento da tuba auditiva e, principalmente, após quadros de otite media aguda e infecções de vias aéreas superiores, o que explica seu pico de incidência nos meses de inverno.
Os fatores de risco para a OME podem ser dependentes da própria crianças ou determinados por fatores ambientais. Sabe-se que o risco de OME crônica após OMA é inversamente proporcional à idade, sendo quatro vezes maior em crianças com menos de 2 anos, quando comparadas a crianças maiores. Crianças com fenda palatina não corrigida, síndrome de Down ou malformações craniofaciais apresentam maior risco para otite media devido à disfunção tubária. Estudos relatam que alergias, sexo e raça apresentam dados discordantes quanto ao seu real risco.
Evidencias