Trabalho escravo no Brasil
Quando analisamos o trabalho no Brasil, não podemos nos esquecer de que ele está ligado ao envolvimento do país na trama internacional, desde que os portugueses aqui chegaram no século XVI. Basta lembrar que a "descoberta" do Brasil aconteceu porque havia na Europa o movimento das expansões ultramarinas, em que os europeus esquadrinhavam os oceanos em busca de novas terras para explorar e de novos produtos para incorporar ao processo de desenvolvimento mercantilista. A produção agrícola para a exportação e a presença da escravidão no Brasil também estão vinculados à vinda dos europeus e, é claro, todo o processo de industrialização-urbanização a partir de 1930 até hoje.
No final do século XIX, com a abolição da escravidão no Brasil, encerrou-se um período de mais de 350 anos de predomínio do trabalho escravo. Portanto, nós só convivemos com a liberdade formal de trabalho há pouco mais de cem anos. Esse passado de escravidão continua pesado.
Trabalho infantil
A presença do trabalho infantil pode ser observada em vários lugares do mundo. No Brasil, é uma constante em muitas regiões, embora existam leis (como o estatuto da Criança e do Adolescente - ECA) e programas governamentais para coibir essa prática.
Crianças e adolescentes trabalham na agricultura, em vários tipos de cultivo: lavouras de café, cana-de-açúcar, laranja, tomate, fumo, entre outras. Também trabalham em carvoarias, em pequenas fábricas, na produção de tijolos em pedreiras, em casas, como empregadas domésticas, além de estar presentes nos lixões e nas esquinas das grandes cidades vendendo doces, balas e quinquilharias. Essa mão-de-obra é explorada até por grandes empresas multinacionais.
Escravidão por dívida no Brasil atual
Em muitas partes do Brasil pode-se encontrar, ainda, a exploração do trabalho escravo, nas formas as mais cruéis possíveis. Em seu livro Pisando fora da própria sombra: a escravidão por dívida no Brasil