TRABALHO ELIS REGINA ENTREVISTA

Seflu - Qual é o papel do psicólogo nas Medidas Socioeducativas?

Psicóloga - Acompanhar o adolescente durante o cumprimento da medida, propiciar uma reflexão desse adolescente em relação ao ato infracional, mas não só o ato, não reduzindo ele, só o que ele fez, pensando na dinâmica da família, no contexto, o que que levou ele a isso, o que que pode ser modificado. Como é que foi o contexto do adolescente nesse ato infracional, como é que foi esse envolvimento e até todo o desenvolvimento dele, né?
O ato infracional não se dá assim do nada, do dia para a noite; é um processo, geralmente ele costuma (...) vai assaltando, depois (...) o trabalho e tal. Então, é todo um contexto como ela falou, ele tá ali (...) a família, né? A nossa sociedade também que estimula o consumo e tal, a questão da implementação de políticas públicas, né? Muitas vezes alguns direitos já foram violados antes: do acesso à saúde, do acesso ä educação, profissionalização e tal. E é mais isso, promover uma reflexão e fazer esse contato com a família, é fundamental, de ouvir essa família.
Muitas vezes a mãe perde um pouco o adolescente, perde no sentido de estar acompanhando o filho, o mesmo fortalecer também essa família, esse adolescente, fortalecer e potencializa e não culpabilizar.

Seflu - No caso, vocês ligam... no caso chega esse adolescente pra vocês aí vocês ligam pra família para eles poderem vir. Eles comparecem?

Psicóloga - Normalmente sim. O que às vezes dificulta muito é a passagem, quem é de longe e tal. O DEGASE tem várias medidas, então cada medida tem sua especificidade. A provisória, que é uma coisa mais rápida, não é medida ainda, mas faz parte do DEGASE, tem a internação que é um acompanhamento mais sistemático e a semiliberdade, que você busca fazer o acompanhamento para o adolescente sair dali. Tem a L.A., que é executada pelos municípios, né? E acho também importante falar isso, assim, a medida de semiliberdade é uma preparação para o adolescente tá mais vida livre