Trabalho decente
Painel realizado na Conferência Ethos de Empresas e Responsabilidade Social 2011 destacou o papel do trabalho decente como elo entre sustentabilidade e combate à pobreza, dentro de um cenário amplo de crise geral do modelo
Por Maurício Hashizume
São Paulo (SP) - O trabalho decente pode ser muito mais do que a adoção de padrões mínimos de garantia de direitos de empregadas e empregados. Os desafios diante da ampla crise estrutural de modelo da sociedade - não só no que diz respeito à lógica de produção e consumo, em termos de desequilíbrio socioambiental, mas também do ponto de vista da governança global e do poder das corporações - colocam o trabalho decente no centro da busca por um desenvolvimento mais justo, inclusivo e sustentável.
|[pic] |
Enquanto isso, os países "desenvolvidos" dão "sinais de decadência" em função da "economia oca" resultante de políticas liberais, pontuou Márcio. Para ele, as nações ricas continuarão sendo importantes, mas tendem a não ser tão absolutas e protagonistas quanto antes.
O modelo norte-americano dos "casarões com carrões na garagem" foi possível, segundo o economista, graças à concentração. "Não há condições de difundir esse mesmo padrão para o mundo. É completamente insustentável para o meio ambiente", disse. "Precisamos transitar para outro padrão".
As dificuldades relacionadas à governança - nas mais diversas instâncias - tornam a situação ainda mais complexa. Em nível internacional, destacou o presidente do Ipea, a Organização das Nações Unidas (ONU) não consegue reagir aos enormes conflitos da atualidade. Ao mesmo tempo, corporações transnacionais se alastram em escala "jamais vista".
"Não são países que tem empresas, mas empresas que têm países", acrescentou Márcio. Seja qual for o setor econômico, aquatro, cinco ou seis grupos econômicos dominam o mercado. As 500 maiores companhias respondem por cerca