Em mil novecentos e sessenta e quatro, o país entra numa fase das mais difíceis de sua história. A exploração do capitalismo é crescente. A convulsão social se avoluma e a população treme nas suas bases, temendo uma invasão de grupos internacionais radicais e a dominação do país por grupos sectários. No sentido de acabar essa situação, especificamente de dizimar a atuação da esquerda radical no país, é que aconteceu a Revolução de 1964. As forças armadas do país derrubaram o Senhor Presidente e tentaram arrumar a Nação de maneira que o povo sentisse segurança, melhorasse seu nível de vida e demolisse de uma vez por todas as agitações populares que tinham por finalidade perturbar a ordem pública. Em pouco tempo, o país estava reestruturado, tentando a organização, a ordem. Com os militares no poder, ninguém mais falou. Os defensores da pátria estão em todos os recantos do país. Intervenções e mais intervenções foram feitas. Líderes comunitários foram à prisão. sindicalistas presos e, alguns cassados. Começou o confronto entre militares, estudantes e operários. O terror foi geral. A marca da opressão era a constante nas escolas, nas reuniões, em todos os lugares. Surgiram agremiações anticomunistas. Levantaram-se grupos paramilitares. A tortura campeou em todas as horas. Todas as ações do povo brasileiro eram vigiadas. Aumentou o medo e todo o povo não respirava o ar puro da liberdade, mas sim um cheiro amargo de ódio e pavor. O cotidiano no país confinou-se a ir ao trabalho e retornar a casa com pouca comunicação. Com este retrato, a caça aos comunistas foi o dia-a-dia da polícia secreta do governo. As cadeias superlotaram-se com os presos políticos; e não bastava ser político, só era necessário ser amigo de um procurado pelo SNI (Serviço Nacional de Informação) que entrava na população dos incomunicáveis. Quando preso, o indivíduo ficava incomunicável, submetendo-se aos mais diversos horrores de tortura. O número de presos políticos a