TRABALHO DE PORTUGUES
ANÁLISE DA PINTURA
Os Retirantes 1944 – Cândido Portinari
Portinari quer mostrar em sua tela uma realidade social, que a maioria parece não querer ver, com uma intenção clara de denúncia social, problemas de miséria, ignorância, opressão nas relações de trabalho e apresentando a força da natureza sobre um homem completamente desprotegido.
A natureza aparece como elemento fundamental na tela, um ambiente semiárido semelhante a uma paisagem desértica, cheia de pedras e restos de ossos, que parece conspirar contra a família de migrantes, expulsando-a não se sabe bem para onde. A monotonia marca o tom do ambiente, não há florestas nem montanhas para distrair a visão e atenuar a secura. Quase sempre sinistra e desolada, a paisagem permite que se veja longe e fundo, tornando ainda mais ostensivo o drama dos retirantes.
O velho e a criança parecem caveiras, percebe-se pelo estado de debilidade física, bem como a outra criança que está no colo da menina à frente do avô, pois se acredita que a família do quadro é composta por pai, mãe, cinco filhos e o patriarca representado pelo velho.
Tudo o que possuem cabe em duas trouxas, uma pequena e uma média, respectivamente no ombro do pai e na cabeça da mãe, demonstrando claramente que todos seus pertences estão contidos nesses dois sacos. A condição da família, é de miseráveis e famintos que migram por causa da natureza que os castiga e expulsa, a seca.
O cajado nas mãos do avô parece unir-se ao urubu, numa clara alusão à foice, símbolo do medo pela proximidade da morte.
Todos têm a fisionomia da desesperança e do tédio, parecem abandonados à própria sorte, caminham para algum ou nenhum lugar, trazem consigo a marca da tristeza e da falta de perspectiva de uma vida menos árida.
A criança no colo da menina mostra as costelas da fome, ossos à mostra nas pernas tortas da garota e barriga protuberante, indicadora de vermes, no menino ao lado do pai. A família está descalça, pés