Trabalho de Manipulação
Os veículos de comunicação, sejam eles impressos, online, rádio ou TV, contribuem muito para a formação da opinião do leitor, ouvinte ou telespectador. Os jornalistas são os responsáveis por fundamentar e materializar uma ideia em uma matéria, notícia ou reportagem, seguindo alguns parâmetros, princípios e critérios de seleção, através de pesquisas, informações, experiência profissional, ideologias e favoritismo da empresa, interesses comerciais, condição social, econômica e intelectual.
Existem casos em que há a cumplicidade interpretativa do leitor para com o jornalista, ou seja, quando os dois partilham conhecimentos e opiniões. E alguns casos em que a opinião de quem fala não é a mesma de quem lê. O leitor pode ter sua própria ideia sobre o que está sendo julgado. Quando através de textos fortemente permeados pela opinião, construídos por adjetivos, advérbios e figuras de linguagem – retratando a clara distinção entre jornalismo opinativo e informativo –, o jornalista tenta convencer o leitor, estará prejudicando a credibilidade do veículo de comunicação e sendo arrogante e prepotente.
Formar opinião ou consciência?
O alcance da imprensa é tão forte que a considero o quarto poder, ao lado dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Na mídia, existem dois tipos de público, o articulado e o ingênuo. O articulado é aquele que possui bom nível de compreensão do mundo e da própria linguagem. O ingênuo é aquele cuja opinião deve ser construída pelos jornalistas. O jornalismo dedicado aos ingênuos, a despeito de todos os seus riscos, é um modo de exercer poder – o poder de dizer, qualificar, desqualificar, julgar e tornar “procedente e autorizada” a fala de quem diz.
Segundo Ryszard Kapuscinsky, jornalista polonês, antigamente a veracidade de uma notícia representava seu maior valor. Hoje basta que ela seja interessante. A partir desse trecho e sobre a política de manipulação da mídia em relação aos leitores, surge a questão: