trabalho de lutas
Fuja do convencional e inclua as artes marciais no currículo de Educação Física. Elas são uma ótima maneira de desenvolver a consciência corporal e o respeito
Priscila Ramalho (novaescola@atleitor.com.br), de Belo Horizonte
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Eles se encaram, se seguram, se esquivam, se equilibram, caem, se levantam, caem novamente. E riem. A disputa entre Jesus e André, ambos da 8ª série, se dá bem diante dos olhos da professora Renata Dal Ferro, da Escola Municipal Aurélio Pires, em Belo Horizonte. Ela olha e, ao invés de reprovar, aplaude. Afinal, trata-se de uma aula de Educação Física, e a luta é o tema do dia. Assim como o futebol, o vôlei e a ginástica, as artes marciais têm muito a ensinar: despertam a consciência sobre o próprio corpo; aprimoram as habilidades; melhoram a postura e o equilíbrio; aumentam a força, a agilidade, o reflexo e a capacidade de concentração.
O desenvolvimento não é apenas físico. "Toda luta está fundamentada em princípios filosóficos e espirituais muito fortes, que buscam o desenvolvimento do intelecto e do caráter", explica Ricardo Kanashiro, diretor do Instituto Cultural Do Centro ao Movimento, em São Paulo. Perseverança, autoconfiança, autonomia, responsabilidade e capacidade de superar os limites são algumas das lições aprendidas no tatame e muito valorizadas em outras esferas da vida (leia o quadro abaixo).
Além disso, é preciso lembrar que se trata de uma prática milenar, que traz consigo elementos importantes sobre algumas culturas, em especial as do Oriente. "É uma parte importante da história cultural da humanidade", diz o educador Tarcísio Mauro Vago, da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais.
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