Trabalho de filosofia
Enquanto Platão concebia o conhecimento como abandono de um grau inferior por um grau superior, para Aristóteles nosso conhecimento vai sendo formado e enriquecido por acúmulo das informações trazidas por todos os graus, de modo que, em lugar de uma ruptura entre o conhecimento sensível e o intelectual, há uma continuidade entre eles.
Assim, as informações trazidas pelas sensações se organizam e permitem a percepção. As percepções, por sua vez, se organizam e permitem a imaginação. Juntas, percepção e imaginação conduzem à memória, à linguagem e ao raciocínio.
Aristóteles concebe, porém, uma separação entre os seis primeiros graus e a intuição intelectual, que é um ato do pensamento puro e não depende dos graus anteriores. Essa separação, porém, não significa que os outros graus ofereçam conhecimentos ilusórios ou falsos, e sim que oferecem tipos de conhecimentos diferentes, que vão de um grau menor a um grau maior de verdade.
Em cada um deles temos acesso a um aspecto do ser ou da realidade; na intuição intelectual, temos o conhecimento dos princípios universais e necessários do pensamento (identidade, não contradição, terceiro excluído) e dos primeiros princípios e das primeiras causas da realidade ou do ser.
A diferença entre os seis primeiros graus e o último decorre da diferença do objeto do conhecimento: os seis primeiros graus conhecem objetos que se oferecem a nós na sensação, na imaginação, no raciocínio, enquanto o sétimo lida com princípios e causas primeiras, com o que só pode ser alcançado pelo pensamento puro. Em outras palavras, nos outros graus, o conhecimento é obtido por indução ou por dedução, por demonstrações e provas, mas no último grau conhecemos o que é indemonstrável (princípios) porque é condição de todas as demonstrações e raciocínios.
Sensação – aquilo que nos dá as qualidades exteriores dos