Trabalho de Filosofia
Priscila 33
A felicidade paradoxal: ensaios sobre a sociedade de hiperconsumo
O termo felicidade pode ser associado a muitos conceitos e noções, tornando o objetivo de especificá-lo de forma consistente e abrangente uma tarefa muito difícil de ser levada a cabo. Desde os antigos gregos, o ser humanovive em busca do grande segredo da felicidade, na eterna procura do que o fará feliz e satisfeito com a sua vida. Esta busca não é exclusiva de um grupo de pessoas, mas é compartilhada por diversos estudiosos, entre eles filósofos, teólogos, psicólogos e cientistas sociais.
Neste sentido, Gilles Lipovetsky (2007), em um ensaio filosófico sobre a felicidade na contemporaneidade, denominada por ele de era do hiperconsumo, resgata a herança da mitologia e do deus Dionísio, distribuidor de alegrias em abundância, que incitava os homens ao gozo pleno. Segundo o autor, esse ethos de alegria foi redescoberto pelo homem atual, insistindo na nova cultura cotidiana, que presta culto às sensações imediatas, aos prazeres do corpo e dos sentidos, às volúpias do presente. Isto se traduz em um retorno e aprofundamento do carpe diem, o que seria um engano, haja vista que quanto mais a felicidade hedonista é exibida, mais ela é acompanhada por temores e tremores. O que se propaga é menos o carpe diem do que o sentimento de insegurança. Na verdade, o culto do instante não estaria à nossa frente, mas regrediria.
O livro é divido em duas partes. Na primeira, intitulada A Sociedade de Hiperconsumo, Lipovetsky resgata a importância do capitalismo no que se refere aos mercados de massa, abordando a economia fordista, o fetichismo das marcas e a organização pós-fordista. Segundo o pensador, a sociedade do hiperconsumo estaria organizada em nome de uma felicidade (chamada de paradoxal). A produção dos bens, os serviços, as mídias, os lazeres, a educação, a ordenação urbana, tudo seria pensado e organizado, em princípio, com vista à nossa maior felicidade.