Trabalho De Filosofia Ideologia Na Escola
Sob a influência francesa, a sociologia e a filosofia começaram a ganhar espaço no ensino médio brasileiro no fim do século XIX, até se tornarem obrigatórias, ainda que com pequenas interrupções, entre 1925 e 1971. Seu retorno definitivo ao currículo, sacramentado por uma lei aprovada no Congresso em 2008, e entrou em vigor em 2010, e se tornaram obrigatórias em escolas públicas e particulares, atualmente 8 milhões de estudantes brasileiros matriculados no ensino médio, passaram a receber aulas de filosofia e sociologia.
Em 2001 um projeto de lei com o mesmo propósito havia passado pelo Congresso, só que acabou vetado pelo então presidente(e sociólogo) Fernando Henrique Cardoso. Na época um parecer do MEC afirmava que os gastos para os estados seriam altos demais e não havia no país professores em número suficiente para atender a nova demanda. Desta vez, o então Ministro Fernando Haddad, filósofo por formação, empenhou-se para aprovar o texto.
Foram recrutados mais de 20.000 professores no país inteiro. Trata-se de algo temerário, segundo alerta o sociólogo Bolívar Lamounier: “Não há tanta gente qualificada para desempenhar tal função no Brasil”. A experiência das próprias escolas já sinalizam isso. “Está sendo duríssimo achar professores dessas áreas que sejam desprovidos da visão ideológica”.
O viés presente nas aulas de sociologia e filosofia tem suas raízes fincadas nas faculdades de ciências sociais. Desde a década de 70, quando se firmaram como trincheiras de combate à ditadura militar nas universidades, tais cursos se ancoram no ideário marxista, mas estão cada vez mais distantes do rigor e complexidade do pensamento de Karl Marx.