Trabalho de Espectrometria
As últimas décadas do século XVIII foram palco de desenvolvimentos extraordinários que propiciaram o surgimento da química moderna. Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794), com a publicação de seu Traité Elementaire de Chimie (1789), tornou-se o principal protagonista da época de uma nova conceituação sobre como encarar os fenômenos químicos. A partir de suas concepções qualitativas e quantitativas, a investigação química rapidamente tornou-se um ofício rigorosamente científico, com linguagem e metodologia próprias1. Entretanto, somente um século mais tarde, em meados de 1940, com o surgimento do espectrômetro UV-visível Beckman DU, houve o início da padronização das técnicas analíticas e da difusão comercial da instrumentação analítica. Antes desse equipamento, a química analítica instrumental era restrita a poucos laboratórios de pesquisa, os quais normalmente produziam seus próprios equipamentos2. Nesse ínterim, a química analítica instrumental, principalmente nos campos da espectrometria e espectroscopia, evoluiu significativamente, aumentando as possibilidades analíticas em níveis de sensibilidade e seletividade impensáveis até poucos anos atrás.
Uma das técnicas analíticas que ganhou extrema importância no elenco disponível para a indústria farmacêutica foi a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas.
A aplicação da espectrometria de massas à análise de compostos orgânicos não é novidade. Faz mais de 70 anos desde sua primeira aplicação e mais de 30 anos desde o surgimento do primeiro sistema comercial que acoplava a espectrometria de massas à cromatografia gasosa (utilizando colunas capilares)3-5. Mesmo com o passar de tantos anos, a espectrometria de massas ainda é tratada, no Brasil, como uma ferramenta analítica praticamente restrita à pesquisa acadêmica (raras exceções), quando já há no mercado brasileiro demanda para profissionais especializados na área. A espectrometria de massas já é uma realidade nos laboratórios