Trabalho de Economia Pedro Luiz Passos e Otaviano Canuto
Os desembolsos exigidos pela economia brasileira são maiores do que nos outros países do Brics, assim como de outros emergentes. Para o presidente do IEDI, algumas das consequências destes altos custos são as baixas taxas de investimento no Brasil (em torno de 18% do PIB), o direcionamento dos recursos para setores com maior expectativa, com menor investimento industrial, prejudicando, também, investimentos arriscados ou de longo prazo, como em projetos de alta tecnologia.
Estudo recém-concluído pelo Iedi apresenta preocupações, sua primeira e principal conclusão é: se quase três décadas atrás o Brasil era um dos países mais baratos em que investir, hoje é um dos mais caros, distanciando-se, em consequência, das outras economias emergentes e mesmo das desenvolvidas.
O levantamento mensurou os custos relativos em 50 países para a construção e a aquisição de máquinas e equipamentos necessários em projetos de investimento. Quanto mais próximo do topo da lista, maior a conta a ser paga. As últimas colocações significam condições melhores para a atração de capital produtivo. No ano inicial do estudo, 1985, ocupávamos a 44ª posição e ficávamos entre os países com menor custo para investir. Até 1998, vários países tornaram-se mais baratos, enquanto o Brasil fez o caminho inverso, tornando-se o 30º mais caro do mundo para investimento produtivo. Os países avançados, sem exceção, permaneceram com custo relativo maior, mas os emergentes tiveram melhor sorte, ao aproveitar o vigoroso processo de globalização que então se iniciava. Enquanto o Brasil perdeu competitividade nesse campo e gradativamente foi ficando menos atrativo para os investimentos.
Em todos os países do bloco dos Brics (China, Índia, Rússia e África do Sul, além do Brasil), assim como em outros emergentes de destaque, como Coreia do Sul, México e Chile, o investimento passou a exigir menos desembolsos, comparado a seu custo na economia brasileira.