trabalho de comportamento do consumidor
Les Echos (França) - Thierry Ogier
O gigante da mineração pretende se 'transformar em catalisador do desenvolvimento local'
Durante muito tempo, a empresa número um da indústria brasileira, a Vale (ex-companhia Vale do Rio Doce) não se preocupava tanto com os aspectos ligados à responsabilidade social e ambiental. Privatizada em 1997, a Vale conheceu sua revolução verde uns dez anos mais tarde: em paralelo com sua expansão internacional, que culminou com a aquisição da canadense Inco e sua transformação na segunda maior empresa no ramo de atividade de mineração do mundo. Hoje, a Vale produz minério de ferro, níquel e cobre, mas também decidiu proteger dezenas de milhares de hectares de floresta tropical no Brasil e na Indonésia, compromete-se na produção de biocombustível na Amazônia e na preservação dos idiomas kanak no sul da Nova Caledônia.
Limitar os impactos negativos
"A questão do desenvolvimento sustentável é estratégico para o futuro da empresa, menos do ponto de vista filantrópico e da visão tradicional da responsabilidade social, mas em razão da evolução da sociedade, dos problemas ligados ao meio ambiente e à regulamentação", afirma Katsuo Homma, encarregado do desenvolvimento sustentável para o conjunto da empresa. O gigante da mineração até afirma se "transformar em catalisador do desenvolvimento local". Consciente de que algum dia os recursos minerais podem esgotar-se, ele diz querer "suscitar" elementos de substituição na economia local. "Tentamos limitar os impactos negativos -estamos conscientes que eles existem - e deixar uma herança positiva a partir da atividade de mineração, quer ao nível social, quer do meio ambiente", acrescenta Katsuo Homma.
Em campo, a Vale multiplicou por cinco seus investimentos verdes em cinco anos. Em 2011, a multinacional brasileira previu gastar quase 1,2 bilhão de dólares, dos quais 886 milhões de dólares na área do meio ambiente e 308 milhões em