TRABALHO DE CIDADANIA 2
Casos de violência contra as mulheres. As regiões com maior número de registros foram Ceilândia, com 2.239 casos, Planaltina, com 1.305, e Gama, com 970. Segundo a chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, Patrícia
Bozolan, as vítimas sofrem atos repetidos de agressão antes de denunciar o companheiro.
"Em 99% dos casos que chegam até a delegacia, a mulher nunca vem registrar no primeiro ato de violência. Ela suporta, aceita um perdão, acha que não vai acontecer de novo", afirma.
Nesta quarta (4), o GDF afirmou que vai ampliar a rede de apoio às vítimas. O governo diz que pretende dobrar o número de Centros da Mulher até 2018, de três para seis unidades. A previsão é que a Casa da Mulher Brasileira, na Asa Norte, seja inaugurada até o fim deste ano.
"A casa congrega todos os serviços de atendimento imediato. Um atendimento psicosocial, voltado à inserção produtiva, com a possibilidade de alojamento transitório e apoio dos órgãos do Judiciário", afirma a secretária da Mulher, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Marise Nogueira.
Denúncia
Uma vítima de violência doméstica que não quis se identificar afirmou à TV Globo que vive sob ameaças e agressões há seis anos. Ela disse se sentir "refém do próprio marido" e sem coragem para denunciá-lo. "Eu tenho duas filhas. Hoje eu aceito muita coisa, não por mim, mas por causa delas. Tenho medo de ir embora, de morar sozinha de aluguel."
A promotora de Defesa da Mulher Mariana Távora diz que as denúncias com base na Lei Maria da
Penha podem ser feitas por terceiros, mesmo sem o conhecimento ou a concordância da vítima. "É uma mensagem que se dá para a sociedade. Qualquer um pode ir lá e denunciar. A polícia pode entrar se estiver havendo uma agressão e pode fazer a prisão em flagrante daquela pessoa."
Feminicídio.
Artigos da lei Maria da Penha.
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da