Trabalho de biologia a epilepsia e o citoesqueleto 2
O citoesqueleto é uma complexa rede de proteínas, altamente dinâmica, que participa dos processos de plasticidade, transporte e sinalização celular, além de ser o principal determinante da morfologia celular. Mutações em genes que codificam neurofilamentos ou suas proteínas ligantes podem causar inibição no transporte axonal. Adicionalmente, o acúmulo anomal de proteínas dos neurofilamentos é uma característica comum a muitas doenças neurodegenerativas, como a doença do neurônio motor humana.
Bensimon e Chermat sugeriram que a desagregação microtubular poderia estar diretamente relacionada aos danos cognitivos vistos em doenças neurodegenerativas, uma vez que a administração crônica de colchicina em ratos causou uma desestabilização dos microtúbulos, resultando em um déficit de aprendizagem similar ao que ocorre na doença de Alzheimer. Além disso, alterações na memória de longo prazo e diminuição das espículas dendríticas no hipocampo foram encontradas em ratos tratados com colchicina.
A principal descoberta em relação à proteína tau se baseia no fato de que esta proteína é o principal componente dos filamentos em forma de hélice pareados (do inglês paired helical filaments, PHFs), os quais formam os emaranhados neurofibrilares (neurofibrillary tangles, NFTs) na doença de Alzheimer.
O funcionamento apropriado do sistema nervoso depende da complexidade das redes neuronais elaboradas durante o desenvolvimento, quando os neurônios adquirem suas formas e funções específicas. Por esta razão, os mecanismos de neuritogênese, axogênese e dendritogênese são essenciais para os neurônios adquirirem suas características morfológicas funcionais. Estes mecanismos dependem da dinâmica específica e coordenada do citoesqueleto de actina e dos microtúbulos. As malformações do córtex cerebral são a principal causa de epilepsia grave na população pediátrica, sendo que 40% das crianças com epilepsia fármaco-resistente apresentam algum tipo de malformação cortical.