Trabalho de automação de escritório
Desde o início da guerra, o laboratório de Pesquisas Balísticas do Departamento de Guerra, no Campo de Manobras do Exército em Aberdeen, Maryland, trabalhava na preparação de tabelas de tiro de artilharia, para atiradores em campo. Essas tabelas eram essenciais, capacitando as guarnições de canhões a ajustarem sua mira de acordo com o alcance e altitude do alvo, e sob condições variáveis de vento e temperatura. Mas exigiam longas e enfadonhas cadeias de cálculos - não inferiores a 750 diferentes multiplicações para uma única trajetória, e apresentavam pelo menos 2.000 trajetórias por tabela. Esses cálculos foram acelerados, até certo ponto, pela instalação de um analisador diferencial. Mas o dispositivo só fornecia números aproximados, que tinham de ser refinados por pelotões de operadores humanos, usando calculadoras convencionais de mesa. À medida que o esforço de guerra se acelerava, o laboratório, cada vez mais, perdia terreno em seu programa. Por isso, estabeleceu um sistema auxiliar de computação na vizinha Escola Moore de Engenharia, da Universidade de Pensilvânia. A escola também possuía um analisador diferencial, mas dois membros da equipe dessa escola, John W. Mauchly e J. Presper Eckert acreditavam que seria possível conseguir algo melhor. Mauchly, um físico com interesse especial por meteorologia, há muito sonhava com um dispositivo que lhe permitisse aplicar métodos estatísticos à previsão do tempo. Antes da guerra, ele havia improvisado contadores digitais simples, que utilizavam válvulas eletrônicas. Mas também é possível que seu interesse em computação eletrônica fosse estimulado pelo trabalho de John Atanasoff, no Estado de Iowa. Em junho de 1941, Mauchly passou cinco dias na casa de Atanasoff, onde viu um protótipo grosseiro de um computador eletrônico de trezentas válvulas, que Atanasoff e seu colega Clifford Berry estavam construindo.
Quaisquer que fosse a influência de