trabalho de antropologia
Os brasileiros estabeleceram diferenças com base em vários tipos de status social importantes na organização da cidadania e, por sua vez, usaram a cidadania para legalizar desigualdades sociais e distribuir direitos seletivamente. Dessa forma, a cidadania nacional no Brasil consolidou uma estrutura social profundamente hierárquica. O Brasil pós-colonial era semelhante à maioria das nações europeias, liberais em termos econômicos, mas não em termos de democracia, na escolha de qualificações para limitar o exercício da cidadania.
Contudo, no final daquele século, o desenvolvimento da cidadania brasileira divergiu de forma significativa: sustentada pela violência e pela corrupção, ela se tornou ainda mais diferenciadora e excludente para os cidadãos brasileiros, enquanto outras cidadanias do mundo se tornaram mais universais, igualitárias e indivisíveis com a propagação da democracia de massa. Ao longo de toda a história do Brasil, prevalece a formulação de uma cidadania baseada na diferença. Persiste como um sistema de acesso desigual e diferencial a direitos, privilégios e poderes desde o período colonial (1500-1822), passando pelo Império (1822-89) até chegar à República (1889-presente), prosperando sob a monarquia, ditaduras civis e militares e a democracia eleitoral.
Enfoca a incorporação, na Independência (1822), das pessoas consideradas mais problemáticas para o novo Estado-nação, ou seja, os grupos de residentes nativos que não se encaixavam na concepção majoritária de cidadania: índios, escravos e negros libertos ou nascidos livres.
FORMULAÇÕES COMPARATIVAS
Os brasileiros não estavam isolados quando articularam sua soberania nacional e sua cidadania. Eles agiram num contexto mundial da formação das nações do século XIX, fazendo referências direta a experiências de outros países. Para estabelecer a especificidade da formulação desenvolvida pelos brasileiros, portanto, é necessário entender as comparações que fizeram, muitas