Trabalho da residencia
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Novas insulinas: qual a real vantagem?
Lenita Wannmacher*
ISSN 1810-0791 Vol. 2, Nº8 Brasília, julho de 2005
Resumo
Comparam-se as novas insulinas usadas em terapias basal e de bolus em diabetes melito e as pré-misturas que tentam simular a secreção fisiológica de insulina endógena, em termos de eficácia e segurança, à luz da fraca evidência externa contemporânea. Mesmo assim, o panorama a que se chega contrasta com as opiniões clínicas encontradas em múltiplas publicações não controladas.
Introdução
D
esde a descoberta dos efeitos experimentais de extratos de pâncreas por Banting e Best e sua primeira aplicação clínica em Leonard Thompson, evitando-lhe a morte inexorável, a contínua investigação sobre as insulinas logrou inúmeros avanços que se iniciaram com sua purificação e cristalização, passando pela obtenção de preparados de origens suína e bovina, a criação de insulinas monocomponentes porcinas, o uso da tecnologia do DNA recombinante para produção de insulina humana, até chegar aos análogos das insulinas humanas (lispro, aspart, glulisina, glargina e detemir). Já existem insulinas chamadas de bifásicas, em que há pré-misturas, com variadas concentrações de insulina humana ou de análogos, de ação rápida e intermediária ou prolongada.
Ainda estão em estudo as formas farmacêuticas de insulina que permitirão a administração por vias oral, bucal/sublingual, respiratória, transdérmica e outras. O uso de todas elas objetiva controlar níveis glicêmicos, mantendo valores de fração específica de hemoglobina glicosilada (HbA1c) em faixa que permita retardar a progressão da doença; maximizar a qualidade de vida; prevenir emergências diabéticas; reduzir o risco de complicações micro e macrovasculares; e minimizar os efeitos adversos do tratamento, principalmente os episódios de hipoglicemia. Os ensaios clínicos têm como desfecho mais freqüente (por ser mais facilmente mensurado) o controle