trabalho 1
DISTOPIAS EM V DE VINGANÇA: das páginas para a tela
GUIMARÃES, Denise Azevedo Duarte
Professora Aposentada e doutora em
Estudos Literários pela UFPR.
Docente do PPGCOM/UTP. denise.guimaraes@utp.br RESUMO
O artigo analisa a adaptação fílmica da graphic novel de Alan
Moore, V de Vingança: uma alegoria política contra governos totalitários. Almeja-se problematizar o tema da vingança, diante dos atentados terroristas contemporâneos. Investigamse também as intertextualidades e o processo tradutório, com ênfase na estereotipia e na composição visual do heroi mascarado. Palavras-chave: Graphic Novel. Cinema. Intertextualidade
71
GUIMARÃES, Denise Azevedo Duarte
1 INTRODUÇÃO
Qualquer reflexão sobre as relações entre o imaginário atual e o entretenimento passa, necessariamente, pela narrativa de ficção, um gênero que tem a capacidade de movimentar a indústria cultural de forma expressiva, como ocorre com as narrativas sequenciadas e com as narrativas audiovisuais, seja na televisão ou no cinema. Tendo sua origem no cerne da cultura de massas, as histórias em quadrinhos são muito ricas em suas intersecções e em seu potencial midiático, o que vem viabilizando uma enorme sequência de adaptações cinematográficas, face à diversificação e ampliação de seu público. Trata-se de um fenômeno comunicacional que vem atraindo, cada vez mais, um significativo segmento do público adulto para as salas de cinema e que me proponho a abordar, sob o viés das recentes transposições fílmicas de HQs, efetuando um recorte em seus contextos e intertextos.
Meu pressuposto é que, hoje, não mais se sustentaria a suposição de que a indústria dos quadrinhos seria um veículo comunicativo alienante, como muitos críticos afirmaram num passado recente; o que valida a investigação de seu intenso diálogo com a cinematografia das três últimas décadas.
Como qualquer processo comunicacional, as narrativas gráficas vem sofrendo
transformações,