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A visão de que a vantagem na contratação de serviços é unicamente a obtenção do menor preço coloca em xeque a importância que se dá à qualidade das obras. Profissionais da área de engenharia e especialistas em licitações ouvidos por O TEMPO criticam o processo como um todo, no qual, muitas vezes, gasta-se mais tempo executando do que planejando os empreendimentos. O resultado são construções intermináveis, e ou estruturas frágeis que apresentam falhas logo após a entrega. Sem contar os gastos além do programado.
No complexo de viadutos da avenida Pedro I, nas regiões da Pampulha e de Venda Nova, as obras ainda estavam sendo executadas quando o Montese teve um deslocamento de 30 cm, em fevereiro do ano passado. Foi o primeiro sinal de que algo estava errado. Em julho, uma das alças do viaduto Batalha dos Guararapes desabou, matando duas pessoas e ferindo 23. Tempos depois, constatou-se que todos os elevados da via tinham problemas de sustentação.
“Uma correção na obra na fase de projeto custa de 1% a 2% do valor total do empreendimento. Já uma alteração do empreendimento em execução ou após sua conclusão pode custar 10% a 20% do custo total, porque é preciso novos estudos, mobilização de equipe e, às vezes, demolição”, explica o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), Frederico Lima Coelho.
O erro, segundo analistas, começa na elaboração do projeto básico, com base no critério do menor preço.
Mais detalhes. “Há uma tendência do gestor e da própria engenharia de sempre jogar o valor para baixo. É uma visão de que nunca se tem dinheiro para nada. No fim das contas, as obras não terminam, e a economia se torna inviável”, argumenta o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Jobson Andrade.
Segundo ele, além do menor preço, outro grande problema é que as obras são licitadas tendo como base, na maioria das vezes, apenas o projeto básico, que traz uma concepção da