Toxicologia
Muitas medicações, e não apenas antibióticos, podem interagir com o álcool, levando a um aumento do risco de doenças, lesões orgânicas potencialmente graves e até mesmo morte. Alguns estudos sugerem que a interação entre medicamentos e bebidas alcoólicas sejam responsáveis por até 25% dos atendimentos em certos serviços de urgência e emergência.
Apenas nos EUA, existem mais de 4.800 medicamentos liberados para uso, e os médicos preenchem mais de 14 bilhões de receitas a cada ano. Os especialistas calculam que aproximadamente 70% da população adulta consomem bebidas alcoólicas pelo menos ocasionalmente, sendo que 10% fazem uso diário. Estes números combinados sugerem que a associação entre bebidas alcoólicas e medicamentos será quase inevitável em algum momento.
Os riscos associados à mistura entre medicações e bebidas alcoólicas são ainda maiores na população idosa. As pessoas com mais de 65 anos de idade respondem por 25-30% do consumo geral de remédios e são mais propensas a sofrerem efeitos colaterais quando comparadas a pacientes mais jovens.
Como ocorre a interação entre bebidas alcoólicas e remédios?
Ao ser ingerido, o medicamento deve viajar pela corrente sanguínea até o seu local de ação. Após este trajeto e com o passar do tempo, seu efeito diminui a medida em que ele é metabolizada por enzimas e eliminado do organismo.
De modo parecido aos antibióticos, o álcool também é transportado pela corrente sanguínea, agindo sobre o cérebro e causando intoxicação, até ser finalmente metabolizado e eliminado do corpo – uma tarefa que cabe especialmente ao fígado.
O álcool pode influenciar a eficácia de um remédio ao alterar sua disponibilidade. As interações mais típicas incluem:
• Primeiro, uma dose aguda de álcool pode inibir o processamento do remédio, competindo pelas mesmas enzimas metabolizantes. Esta interação prolonga e intensifica e disponibilidade da droga, aumentando o risco de efeitos colaterais.
• Segundo, a ingestão