Tomás de aquino - fé e razão
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José Renato Salatiel, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
27/11/200818h56
* * Deus existe? É possível provar sua existência? Razão e fé são incompatíveis? Tais questões foram centrais na filosofia medieval, que, por mais de mil anos (aproximadamente, entre os séculos 2 a.C. e 13 d.C.), subordinou especulações filosóficas aos dogmas das escrituras sagradas, sob o domínio da Igreja Católica.
A partir da Renascença, o período passou a ser conhecido como Idade Média, para caracterizar uma era de "trevas" para a razão, localizada entre o florescimento da filosofia helenística na Antiguidade e sua retomada no fim do século 13. Mas, ao contrário, a Idade Média foi uma época de consideráveis avanços em filosofia, principalmente no campo da lógica, e cujos temas permanecem atuais.
Podemos destacar dois períodos na filosofia medieval. O primeiro, a Patrística (2 a.C. a 7 d.C.), teve como maior expoente Santo Agostinho (354-430), o filósofo que adaptou o pensamento de Platão aos preceitos da Igreja Católica.
O outro período, a Escolástica (século 8 a 14), assim chamada em razão dos professores das universidades medievais, os escolásticos, foi marcada pela tentativa de conciliação entre razão e fé. Um dos mais importantes nomes da filosofia medieval e maior representante deste período foi Santo Tomás de Aquino (c.1225-1274).
Aristóteles
Na época de Tomás de Aquino começaram a ser difundidos na Europa escritos deAristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), grande parte graças a filósofos árabes comoAverróes e Avicena, que traduziram e comentaram a obra.
Mas, ao contrário de Platão, cuja filosofia idealista incluía, por exemplo, uma noção de alma imortal (e, deste modo, pôde se adequar mais facilmente ao cristianismo), o pensamento aristotélico, com seu caráter mais científico, representava uma ameaça à política eclesiástica.
Coube a Tomás de Aquino tornar a metafísica aristotélica não