Fichamento freud – a psicologia dos processos oníricos
FREUD, Sigmund, 1856-1939.
A Psicologia dos processos oníricos (cap. VII p.541) in Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: edição Standard brasileira, vol. V – Rio de Janeiro: Imago Ed., 1996.
Até antes do início desse capítulo, o livro A interpretação dos sonhos tinha se concentrado em analisar o sentido secreto dos sonhos e o método para descobri-lo, bem como nos meios empregados pelo trabalho do sonho para ocultá-lo. Os problemas da interpretação do sonho ocuparam até aqui o centro da descrição. Agora nos deparamos com o fato de que não há possibilidade de explicar os sonhos como um processo psíquico, uma vez que explicar algo significa fazê-lo remontar a alguma coisa já conhecida, e não há, no momento, nenhum conhecimento psicológico estabelecido a que possamos subordinar aquilo que o exame psicológico dos sonhos nos habilita a inferir como base de sua explicação. A partir daqui Freud se vê obrigado a formular diversas novas hipóteses que toquem provisoriamente na estrutura do aparelho psíquico e no jogo das forças que nele atuam.
Em primeiro lugar devemos partir da premissa de que o que lembramos de um sonho, aquilo em que exercemos nossa arte interpretativa, já foi mutilado pela infidelidade de nossa memória. Em segundo, temos todas as razões para suspeitar de que nossa lembrança dos sonhos é não apenas fragmentada, mas positivamente inexata e falseada. Aceitamos como igualmente importante interpretar tanto os componentes mais ínfimos, menos destacados e mais incertos do conteúdo dos sonhos quanto os que são preservados com mais nitidez e certeza.
Os elementos mais triviais de um sonho são indispensáveis a sua interpretação e o trabalho em andamento é interrompido quando se tarda a prestar atenção a esses elementos. Ao interpretar sonhos, atribuímos idêntica importância a cada um dos matizes de expressão lingüística em que eles nos foram apresentados.
É verdade que distorcemos os