Tomas de aquino

3785 palavras 16 páginas
O SER CONCRETO EM AQUINO
Terminado o ciclo da cultura e da filosofia grega, a Metafísica decai, erguendo-se o Império Romano do panteísmo estóico, da alma-mundo e do eterno retorno que influenciará o gnosticismo. Findada essa nova crise, os primeiros séculos da era cristã verão o espírito filosófico retomando o seu vôo sobre a aridez do deserto. Na cauda do neoplatonismo, recomeça-se a busca de uma profunda simbólica alegórica, uma imageria capaz de fornecer uma visão mais íntima através dos símbolos, abrindo novamente o caminho místico para a “visio essentia Dei”, a contemplação direta de Deus. A filosofia se reaproxima do ponto de concreção quando Agostinho subordina toda a realidade e a ação do homem a uma única, infinita e maravilhosa verdade, que é Deus. O trajeto da ontologia parece agora dirigir-se convictamente, sem tantos desvios, rumo a uma nova concreção, que promete ultrapassar a rigidez grega através do vigor e da dinâmica do Espírito Santo.
Essa promessa se realizará finalmente na Escolástica, quando uma nova ciência, a Teologia, irá ocupar o lugar da Metafísica como supremo campo do conhecimento. Mário diz que esta cisão se deu porque os escolásticos perceberam que “a transcendência do ato puro, ontologicamente examinado, não alcança a totalidade da transcendência do ser infinito, que já é tema fundamental [da teologia]”. Fez-se, assim, uma prudente distinção, porque o Deus cristão não é um objeto, mas o termo, a causa final, a conquista do ser humano.
O cume da ciência ontológica na escolástica se dá com Tomás de Aquino, a quem cabe, na cultura ocidental, segundo Mário, “o mesmo papel que coube à Aristóteles no ciclo cultural grego: realizar a grande concreção das positividades da filosofia até então enunciadas”. O que Aquino realiza é uma síntese poderosa e genuinamente cristã entre Aristóteles e Platão, superando ambos com sua ontologia de Ser e Essência. Ao reunir a metafísica de ato e potência e a teoria platônica da participação, o Doctor

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