Tipos e fases da memória
Memória é a capacidade de prolongarmos o presente e de apelarmos o passado mais ou menos longínquo. Para alguns investigadores é considerada como um sistema unitário enquanto outros defendem a existência de múltiplos sistemas mnésicos (por exemplo, Estes, 1999; Pais, Cruz e Nunes, 2008; Pinto, 1999). Segundo Hockley (2010), na sua perspectiva distinguem-se entre memórias transitórias e memórias mais ou menos a longo prazo.
As memórias transitórias incluiriam as memórias sensoriais e a memória a curto prazo. No primeiro caso, trata-se de um registo de duração muito breve, relativo a informação específica da modalidade sensorial envolvida: visual, auditiva, háptica, olfactiva, e outras. O conceito de memória a curto prazo surgido no final da década de 50 e início da década seguinte do seculo passado (Neath e Surprenant, 2003), por comparação com as denominadas memórias sensoriais, refere-se a um registo mais prolongado, durando aproximadamente entre 20 e 30 segundos, com menor capacidade de armazenamento e inclui a interpretação do evento que justamente acabou de ocorrer (Nairne, 2003). Baddeley e Hitch (1974), introduziram o conceito de memória de trabalho. Este refere-se a um espaço mental mais complexo principalmente porque permite, a manipulação de informação e o seu armazenamento temporário.
As memórias permanentes, dizem respeito ao registo a longo prazo. Squire e Knowlton (1994) subdividiram-no em memória declarativa e não declarativa. A primeira envolve a recuperação consciente e refere-se ao “saber que”, isto é, a factos e a acontecimentos ou episódios. A informação armazenada na memória declarativa pode ser verbalizável. Quanto ao tipo de informação armazenada, esta subdivide-se em memória semântica (diz respeito a informação sobre factos, conceitos e vocabulário sem referencia a contextos espaciotemporais) e a memória episódica (relativa a informação de acontecimentos específicos com referencia ao espeço e ao tempo em que