Ligas de Memória de forma
O estudo de materiais inteligentes tem sido largamente explorado nas últimas décadas, em função de suas extraordinárias propriedades. Estes materiais, usualmente utilizados como sensores e atuadores nas chamadas estruturas inteligentes, têm a capacidade de alterar sua forma, rigidez, frequências naturais, dentre outras propriedades mecânicas, mediante a imposição de campos elétricos, eletromagnéticos, de temperatura ou de tensão. Atualmente, os materiais mais utilizados em aplicações envolvendo estruturas inteligentes são as ligas com memória de forma, as cerâmicas piezoelétricas, os materiais magneto-estrictivos e os fluidos reológicos.
As ligas com memória de forma (Shape Memory Alloys – SMAs) são ligas metálicas capazes de recuperar a geometria original (ou de desenvolver consideráveis forças de restituição ao se restringir sua recuperação) através da imposição de um campo de temperatura e/ou de tensão, devido a transformações de fase induzidas no material.
As SMAs apresentam uma série de comportamentos termomecânicos particulares. Os principais fenômenos associados à estas ligas são: a pseudoelasticidade; o efeito de memória de forma (Shape Memory Effect – SME); a transformação de fase devida à variação de temperatura e o efeito de memória de forma reversível (Two-Way Shape Memory Effect – TWSME).
2. Histórico
A fase martensítica nas ligas foi descoberta por Adolf Martens em 1890. A transformação martensítica foi, talvez, o assunto mais estudado durante o ano de 1900. O conceito de transformação martensítica termoelástica foi introduzido em 1949 por Kurdjumov e Khendros baseado em observações experimentais da estrutura martensítica termicamente reversível nas ligas de CuZn e CuAl.
A transformação martensítica reversível e as ligas com essas propriedades permaneceram inutilizadas até 1963, momento no qual foram utilizadas com aplicação na área da engenharia de ligas de NiTi para proteção térmica, pelo Naval Ordinance Laboratory.
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