Ética no esporte Não nos faltam discussões a respeito da ética no esporte, pelo menos no mundo das torcidas e da mídia. Podemos acompanhar diariamente, nos comentários pelas ruas ou pelos jornais, escritos, falados e televisionados assuntos pertinentes à moral e à ética nos esportes. Poderíamos arrolar centenas de fatos que suscitariam polêmicas discussões a respeito. Vou lembrar algumas delas, a começar pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Futebol, as supostas falcatruas da Confederação Brasileira de Futebol, os chamados "gatos" do esporte, que falsificam carteiras de identidade para tirar proveito de uma idade menor, Rubinho ter que deixar Schumacher passar à frente para somar mais pontos no Mundial de fórmula 1 em 2003, ou ainda, a descoberta constante do uso de anabolizantes por parte de atletas de alto nível. A mídia prega a todo instante chavões morais e de fair play, quando ela mesma, na prática profissional de seus agentes, usa de meios inescrupulosos para manter seus níveis de audiência. O canibalismo da disputa pelos direitos de transmissão do futebol, por exemplo, não condiz com os princípios dofair play, como Bento.já nos chama a atenção quando diz que as emissoras de televisão "zurzem o desporto pelo atropelo de princípios éticos" enquanto que "na disputa pelas quotas de vendas e audiências fogem do plano do fair play como o diabo da cruz e não parecem nada incomodados com isso (s.d.: 7). Estes fatos, entretanto, parecem causar cada vez menos espanto e indignação às pessoas, inclusive a ponto de os responsáveis, ao serem julgados, quer pela opinião pública, quer pela justiça esportiva ou comum, serem declarados inocentes. Os atos cometidos passam, então, a ser considerados normais e incorporados aos usos e costumes vigentes e, por analogia, passam a ser éticos. Como vimos anteriormente, a ética não é estanque e rígida porque os valores humanos não o são. O esporte fica então na encruzilhada, entre o que Bento denomina, teoria moral: