TI BELMIRA
Portugal: povo, costumes...
TAREFA DE COMPREENSÃO DA LEITURA
TI BELMIRA
Lá vai a ti Belmira! Envolta no espesso manto da demência. E, como sempre, a vociferar contra a vileza humana.
- Mentirosos! Cambada de trafulhas! Aldrabões!
Quem ainda se recorda desses tempos, sabe que a ti Belmira era uma mulher de pêlo na venta. O seu homem morrera-lhe........1......, levado por doença ruim que o fazia urinar sangue dia e noite, e deixara-lhe um rebanho de filhos para criar. Cavar vinhas, semear batatas,
.......2..........., nada lhe metia medo, capaz de ombrear, de sol a sol, nas lides agrícolas, com os homens mais rijos e desembaraçados.
- Isto é como um homem - diziam dela, e era o ........3...........que se podia dar a uma mulher, companheira das longas e árduas jornadas ao sol e à chuva.
Ainda hoje a recordo, alta, rija, parca de palavras, ...........4............., descalça, enxada ao ombro, a emborcar, na tasca do Américo, o impreterível bagaço matinal que a amparasse nas rudes tarefas.................5.....................
Quanto aos filhos, ranhosos, farroupilhas, ao Deus dará, lá foram crescendo, fizeram-se homens e mulheres, bem ou mal,........6............... Quando o Manel foi para a tropa e logo a seguir mobilizado para a Guiné, a ti Belmira não esteve com pieguices :
- Faz-lhe bem, para se fazer mais homem.
- Ó ti Belmira, .......7.............., até parece que não tem amor ao seu filho - recriminavam-na as vizinhas. – Tanto rapaz que por lá tem morrido. Olhe o Zé, o filho do ti Augusto.
- Não hão-de morrer todos.
- Vossemecê parece que tem pêlos na alma.
O Manel embarcou para a Guiné. De tempos a tempos, enviava um aerograma onde falava do calor, dos mosquitos, pouco da guerra, muito ..........8..............da terra.
Até que, inesperadamente, um dia a ti Belmira recebeu uma carta timbrada que lhe anunciava, num invólucro de palavras pomposas que evocavam o Dever cumprido, que o seu