Thoreau
Publicado em 1854, Walden é um manifesto poético contra a civilização industrial, que então ganhava força nos Estados Unidos. Diante da crescente complexidade da vida social estadunidense, derivada do crescimento exponencial da industrialização e urbanização, Thoreau, insatisfeito com o modo de vida na sociedade e procurando eliminar o desperdício e a ilusão deste1 , propõe o retorno ao simples.
Assim, inspirado pela filosofia do confucionismo, retira-se em 1845 para a floresta, onde constrói com as próprias mãos, sua casa e seus móveis, passando a viver com o mínimo necessário e em intenso contato com a natureza. Isola-se da sociedade, não por misantropia - posto que recebe visitas e também as retribui - mas com o propósito de obter uma maior compreensão da sociedade e de descobrir as verdadeiras necessidades essenciais da vida1 .
Através dessa experiência, que durou dois anos vivendo em pleno contato com a natureza e com os livros, Thoreau pôde confirmar não apenas que uma vida simples e humilde é viável em termos financeiros, mas construiu uma nova visão, quase mística, do Homem.
Walden não somente relata a estadia do autor na floresta mas também analisa e condena a sociedade capitalista do século XIX. Incita o espírito crítico do leitor, levando-o a uma reflexão profunda acerca dos modos de vida e propondo-lhe novas perspectivas sobre o conceito de Liberdade e sobre a própria Vida.
O livro tornou-se uma das mais célebres obras do autor e é utilizado como referência, tanto para a ecologia quanto para o movimento beat e o movimento hippie.
''Fui para os bosques viver de livre vontade,
Para sugar todo o tutano da vida…
Para aniquilar tudo o que não era vida,
E