The beatles
Um mundo pequeno, conturbado, em plena ebulição. Neste cenário, Pelé e o Santos FC desfilaram as maravilhas de um futebol que a todos encantava e chegou a promover tréguas em várias partes do Planeta, para que os litigantes pudessem vê-los de perto.
Neste mesmo período, um grupo de rock de uma cidade portuária da Inglaterra (Liverpool) provocaria manifestações de histeria em todos os cantos e, por cinco minutos, tempo exato de sua apresentação em um programa de uma rede de TV americana, promoveria um milagre na mais poderosa e beligerante das nações: por exatos 300 segundos, nenhum homicídio foi registrado nos Estados Unidos. O país literalmente parou para acompanhar a exibição dos Beatles no Ed Sullivan Show, em 9 de fevereiro de 1964.
Em toda parte, jovens de todas as idades, fiéis, extremamente devotados, erigiam, mesmo que hipoteticamente, altares aos novos deuses da música. John, Paul, George e Ringo assumiam uma condição ímpar. John, em uma entrevista à repórter Maureen Cleave, do Evening Standard, de Londres, teria ido ao extremo de proclamar a supremacia dos Beatles sobre o cristianismo. "Somos mais populares que Jesus Cristo".
Na verdade, porém, a frase fora propositadamente tirada de contexto para dar margem à uma campanha caluniosa movida por determinados segmentos da mídia norte-americana, com a finalidade, quem sabe, de promover uma reserva de mercado para músicos americanos, ameaçados pela crescente invasão britânica.
“John certamente não estava comparando os Beatles com Cristo. Ele estava apenas observando que tal era o estado do Cristianismo que os Beatles eram, para muitas pessoas, mais conhecidos. Ele estava deplorando isso, e não aprovando”,